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"No meio destes desafios técnicos, o ambiente fica ainda mais cativante com a troca de experiências e perspectivas de restauro de cada país entre os participantes." Mariana Martinho



Redigido por Mariana Martinho
4 fevereiro 2019



o curso de restauro
"traditional handicraft techniques"



Quem está habituado a ter os monumentos e museus como segunda casa, como é o meu caso, depara-se muitas vezes com as plaquinhas das peças em falta, a indicar que estão em restauro, ou, com sorte, até vemos os restauradores-conservadores a trabalharem no local. Mas entre essa ideia do que é o restauro, a pegar num pincel e saber que força aplicar e a posicionar correctamente a mão, vai uma grande distância.


Foram ensinamentos teóricos e práticos como este que marcaram o curso de restauro “Traditional handicraft techniques”, organizado pela European Heritage Volunteers, em parceria com a Deutsches Fachwerkzentrum, em Quedlinburg, Alemanha.


O curso, que decorreu entre os dias 29 de Novembro a 9 de Dezembro de 2018, dividiu-se em dois ciclos de aprendizagem, dependentes do interesse e da disponibilidade dos participantes. O primeiro ciclo incidiu sobre o restauro de estruturas tradicionais em madeira, típicas da construção alemã. Nos primeiros dias, o grupo esteve na oficina a ganhar conhecimento teórico e prático sobre as ferramentas, os tipos de encaixe, os materiais e a ver exemplos de restauro realizados anteriormente. Já o segundo ciclo teve como foco o restauro de superfícies decorativas históricas. Neste caso, os primeiros dias foram passados no atelier, onde aprendemos conteúdos sobre materiais orgânicos, tais como cola feita à base de ossos de animais, ou tinta feita com cerveja. Também nos foram ensinadas algumas técnicas de pintura como pintar uma superfície dando a impressão de ser madeira.


Nos restantes dias fomos para os edifícios em intervenção. Existindo várias tarefas a decorrer em simultâneo, a cada participante foi dada a oportunidade de escolher e perceber as diferenças entre o restauro na oficina ou in-situ. E é nestes momentos que nos damos conta que uma oficina pode ser pequenina, mas permite-nos trabalhar de forma protegida. Ao passo que restaurar um edifício enquanto neva (o curso decorreu em Dezembro) torna a logística complicada mas não deixa de ser uma sensação incrível.


Participei na limpeza de um tecto de uma casa construída no final do século XVII. O que parece ser uma tarefa de limpeza sem fim, de repente, torna-se numa caça ao tesouro, com as caras dos anjos e os padrões de pintura a aparecer, e nós numa busca interminável pela assinatura do artista. No outro edifício, existiam outras atividades a decorrer, desde a criação de rolos de argamassa para revestimento das paredes, o restauro de portas e janelas de madeira antiga, a construção uma escada com o traço da anterior e, inclusive, o restauro de uma porta com tintas orgânicas. Aqui, a cereja no topo do bolo foi terminar pormenores da porta com folha de ouro, uma técnica incrível.


No meio destes desafios técnicos, o ambiente fica ainda mais cativante com a troca de experiências e perspectivas de restauro de cada país entre os participantes. Até a confusão de estarmos a falar no mesmo, mas cada um só saber a palavra na sua língua se torna divertido. Tanto eu como as minhas colegas portuguesas acrescentamos palavras como cal, espátula e formão ao nosso dicionário português-inglês-(alemão).


Os técnicos locais foram fantásticos e demonstraram uma enorme paciência ao longo de todo o curso. Não deixa de ser uma tarefa louvável ensinar o que já se sabe e repetir vezes sem conta, desperdiçando materiais para demonstrações ao mesmo tempo que nos fazem sentir bem por estarmos a contribuir para o trabalho deles e a acelerar o ritmo do processo de restauro.


Nestas semanas, ainda tivemos direito a algumas visitas de estudo, incluindo a telhados. Visitar Quedlinburg e o mercado de Natal é bonito, mas visitar o interior da cobertura da catedral de uma cidade património mundial é simplesmente inesquecível. Foi fantástico perceber como o restauro é uma actividade sustentável e comunitária. Recomendo desde já, a todos os interessados para participarem na próxima edição deste curso, numa data que irá ser anunciada nos próximos meses. Por enquanto, deixo a tarefa nas mãos sábias dos conservadores-restauradores com a esperança de aprender mais sobre esta profissão nos próximos tempos.



Cortesia dE Mariana Martinho



Visita de estudo a um edifício recentemente restaurado em Osterwieck.



Cortesia de mariana martinho



Visita de estudo a um edifício recentemente restaurado em Osterwieck.



Cortesia de mariana martinho



Aprendizagem dos materiais e técnicas relacionadas com o restauro de madeira.



cortesia de mariana martinho



Porta em restauro e respectivas ferramentas.



cortesia de mariana martinho



Palete de cores de tintas de base orgânica.



cortesia de mariana martinho



Aprendizagem da técnica de pintura para fingimento de madeira.



cortesia de mariana martinho



Demonstração de aplicação de folha de ouro.



cortesia de mariana martinho



Aplicação de folha de ouro em porta de madeira.



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